HISTÓRICO DO MUNICÍPIO
Distrito criado com a denominação de Pedrão pela Lei Provincial de 02-08-1862
Em 12 de outubro de 1822, Frei Brayner enviou um requerimento ao
Conselho Interino de Cachoeira-Bahia, para oferecer os seus serviços à
pátria, daí passou a residir em Pedrão. Frei Brayner, confessa no seu
requerimento dirigido a Junta de Cachoeira, que ouvindo ler-se à tropa
de cavalaria um ofício do Coronel Bento Lopes, no qual não só convocava a
tropa de cavalaria como também o povo daquele lugar para aclamar na
Vila de Santo Amaro ao Sr. Pedro de Alcântara, Príncipe Regente e
Defensor Perpétuo do Brasil, ele imediatamente se oferecera com maior
alvoroço de alegria, mas o Capitão Miguel Mendes a quem foi mandada
aquela comissão, não quis que o suplicante marchasse pelo estado atual
em que estava a saúde: fazendo ver ao dito Coronel os seus ardentes
desejos, protestando que apenas melhorasse se iria oferecer para todo e
qualquer serviço que a "Mãe Pátria" precisasse estivesse em sua
capacidade, o que assim praticou apresentando-se e oferecendo-se ás
autoridades constituídas da Vila de Santo Amaro, e ao mesmo Coronel na
Vila de São Francisco, fazendo-lhes ver o seu amor patriotismo e adesão à
santa, causa, agora também o faz a este Exmo. Conselho do Governo
Interino desta Província e não só o suplicante como também
voluntariamente unidos a ele quarenta indivíduos que formaram uma
guerrilha chamada “Voluntários de Pedrão”.
Aos
22 de outubro de 1822, o Conselho Interino de Cachoeira tomou
conhecimento desta grande iniciativa e comunicou-lhe imediatamente o seu
contentamento diante da grande prova de patriotismo, porém não deferiu a
petição que almejava a formação da guerrilha, uma vez que estavam
aguardando, em breve a chegada do Exmo General Labatut a quem
hierarquicamente deveriam obedecer, sobre formação de novos corpos
armados, ficando o Conselho na lembrança de empregar meios para tal fim.
Em
04 de novembro do mesmo ano, o Conselho Interino expediu circular
ordenando a organização da guerrilha, conforme plano proposto, e que
marchasse imediatamente para a Vila da Cachoeira a fim de receber as
últimas ordens e os destinos a seguir, e que fossem armados de
espingardas.
Em 29 de novembro, o General Labatut, através de ofício
dirigido ao Conselho, solicitou a remessa da Companhia do Frei Brayner,
para o Quartel General, localizado no Engenho Novo, no Recôncavo.
Em 5
de dezembro, o Conselho Imperial dirigiu ao Frei José Brayner, novo
ofício que declarava desejar fazer marchar "Os Voluntários de Pedrão"
para o Quartel General e se integrar como um corpo de tropas, desejo
esse, que o Frei Brayner ao ler o ofício já sentiu como se fosse
exigência, uma vez que o mesmo ordenava que se aprontasse de imediato
para marchar logo no outro dia, ou seja, no dia 6 de dezembro,
impreterivelmente. Levando os voluntários da guerrilha, juntamente com
os Voluntários da Comarca do Sul, lá iriam se apresentar ao General a
fim de receberem seus destinos, inclusive levando os couros, as fardas e
as fardas que ainda estavam para se fazer para concluírem seu feitio no
Quartel General, sem precisar levar armamentos de Clavina. E que o
mesmo requeresse aos inspetores de Trens o que fosse necessário para a
inteligente execução.
Os Voluntários de
Pedrão, que lutaram pela causa da nossa independência, sob o comando do
Frei Brayner, adotaram como farda as vestes de couro , com o seguinte
regulamento:
O seu uniforme em marcha:
Chapéu de couro com uma
chapa de latão oval, ao centro dessa a letra "P" e acima da letra urna
coroa real, a túnica de couro (gibão), da cor que sai do curtume com
canhões e gola do mesmo, porém preto; algibeiras com um palmo de
comprimento e botão que feche, as quais servirão de patronas:
Calças
de algodão branco: surrão ou saco às costas: clavinas espingardas ou
bacamartes: espadas, parnaíbas ou facas grandes e facas pequenas, à
cavalo ou de pé, calçado ou descalço, segundo as circunstâncias o
exigirem.
O uniforme fora de marcha:
Opcionalmente, chapéu branco
de copa fabricado artesanalmente, com a mesma chapa; fradeta de algodão
de qualquer fazenda azul escuro, com gola e canhões de couro com a mesma
cor que saía do curtume, as dragonas eram do mesmo couro da gola e
canhões cuja base ficava unida à gola e o seu ápice no fim do mbro,
pregado com botão, colete e calças de qualquer tecido de algodão branco.
Foram
alistados trinta e nove homens, formando quarenta com seu comandante.
Todos, homens do campo, sendo dezenove casados e vinte solteiros, que
abandonaram seus lares e famílias e seguiram para o campo de luta. O
Comandante destes homens foi o Frei Brayner.
Trecho
do Livro “PEDRÃO HISTÓRIA E ESTÓRIAS” de autoria do poeta pedronense
Jorge Galdino - Fonte de informações: INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO
DA BAHIA
Mantendo a tradição histórica do município de Pedrão, o
grupo ENCOURADOS DE PEDRÃO, fundou uma Associação em 1º de outubro de
2007, Registrada sob nº. 424, Fórum da Comarca de Irará, em 11 de
fevereiro de 2008.
quem mora em Pedrão é :pedronense